Cães com diabetes canina, quando tratada adequadamente, podem viver por alguns anos com qualidade de vida. Com diagnóstico precoce e controle rigoroso da glicose, muitos cães diabéticos podem viver até 8 ou 10 anos, porém, se o diagnóstico não for precoce e o controle glicêmico não for rígido, o tempo de vida é estimado em até 2 anos após o diagnóstico.
A média de sobrevivência de cães diabéticos tratados pode ser em torno de 2,6 anos (964 dias), reforçando que cães diabéticos têm melhores expectativas de vida quando recebem os cuidados rigidamente necessários.
A longevidade de um cão com diabetes é influenciada por diversos fatores.
No geral, com os cuidados certos, a diabetes em cachorro não é um problema tão grave a ponto de encurtar drasticamente a vida de um cão para alguns meses.
O que provoca diabetes em cachorro?
A diabetes em cães geralmente equivale ao tipo 1 em humanos — ou seja, é uma doença insulino-dependente. Na maioria dos casos, o próprio sistema imune do animal ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina.
Essa destruição leva à elevação da glicose no sangue. Em outras palavras, é como se o organismo “se voltasse contra o pâncreas”, impedindo a fabricação de insulina suficiente.
Além da predisposição imunológica, diversos fatores aumentam o risco da doença:
- Genética e raça (Por exemplo: Poodle, Schnauzer, Labrador, Golden Retriever, Spitz, Dachshund e Terrier são mais propensos.);
- Obesidade e dieta rica em gorduras favorecem a resistência insulínica;
- Inflamações recorrentes do pâncreas (Pancreatite crônica) podem danificar suas células;
- Doenças hormonais como a síndrome de Cushing, que eleva hormônios que antagonizam a ação da insulina;
- Fêmeas não castradas têm risco aumentado, especialmente durante o cio ou gestação;
- Uso prolongado de medicamentos, como corticosteroides, pode desencadear diabetes em cães predispostos.
A causa imediata da diabetes costuma ser a destruição pancreática, mas há muitos fatores predisponentes que contribuem para o seu surgimento.
Sintomas do diabetes em cães
Os sinais clínicos costumam surgir de forma gradual, mas pioram com o tempo se a doença não for tratada. Entre os principais sintomas iniciais, estão:
- Sede excessiva (polidipsia);
- Urina em grande quantidade (poliúria);
- Fome exagerada (polifagia);
- Perda de peso, mesmo comendo mais.
Além disso, o cão pode apresentar apatia, cansaço, infecções urinárias frequentes e desenvolvimento rápido de catarata diabética, que pode levar à cegueira parcial ou total.
Diante de qualquer combinação desses sinais, é fundamental procurar o veterinário. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor a resposta ao tratamento.
Diagnóstico e acompanhamento da doença
O diagnóstico é confirmado com exames simples: medição da glicose no sangue e urina. A presença persistente de hiperglicemia e glicosúria praticamente fecha o diagnóstico. Porém, atentar-se à glicosúria na urina, pois pode ser indicador de doença renal ao invés de diabetes, portanto, o veterinário deve fechar o diagnóstico em conjunto à anamnese.
Além disso, podem ser solicitados:
- Dosagem de frutosamina (média glicêmica das últimas semanas);
- Hemograma e bioquímica para avaliar órgãos;
- Urinálise para detectar infecção, cetonas ou outros desequilíbrios;
- Exames hormonais caso haja suspeita de outras doenças endócrinas.
Após o diagnóstico, inicia-se o tratamento e o acompanhamento frequente. O veterinário fará curvas glicêmicas para ajustar a dose de insulina e garantir o controle glicêmico.
Mesmo estabilizado, o cão deve ser monitorado regularmente (a cada 3 a 6 meses). Em casa, o tutor pode usar fitas de urina ou até glicosímetros veterinários, sempre com orientação profissional.
Tratamento do diabetes canino
Embora não haja cura, a diabetes canina é controlável. O tratamento se baseia em:
- Insulinoterapia diária;
- Dieta específica com horários fixos;
- Rotina regular de exercícios moderados.
A insulina é indispensável e, geralmente, aplicada duas vezes ao dia. As mais usadas são Caninsulin ou insulinas humanas tipo NPH.
Lembre-se de que é o médico-veterinário quem irá determinar o tratamento mais adequado ao cão.
O tutor deve aprender a aplicar corretamente, alternando os locais para evitar fibroses e respeitando os horários com rigor. Com o tempo, isso se torna parte da rotina.
Outros cuidados importantes:
- Castração de fêmeas não castradas;
- Tratamento de doenças associadas (obesidade, infecções, Cushing);
O comprometimento diário com o tratamento permite que o pet recupere a disposição e viva com qualidade.
Qual o valor da insulina para um cachorro com Diabetes?
O custo mensal varia conforme o porte do cão e o tipo de insulina. Em média:
- Caninsulin® ou NPH humana: acima de R$ 90 a R$ 250 por frasco. (Pode variar);
- Uso mensal: de R$ 50 a R$ 300, dependendo do porte;
- Insulinas especiais (glargina, detemir): podem ser acima de R$ 100.
Além disso, há custos com seringas, tiras de urina, exames e consultas.
Felizmente, muitas clínicas oferecem suporte ou descontos. O ideal é planejar o orçamento e conversar com o veterinário sobre opções mais acessíveis, garantindo a continuidade do tratamento.
Alimentação e rotina adequada para cães com diabetes
A dieta deve conter:
- Proteínas de alta qualidade;
- Alto teor de fibras;
- Carboidratos complexos e de baixo índice glicêmico;
- Baixo teor de gordura.
Rações comerciais específicas ou dietas caseiras formuladas por nutrólogos são indicadas.
Os horários das refeições devem estar sincronizados com a aplicação de insulina. O ideal é alimentar o pet sempre nos mesmos horários, com a mesma quantidade.
Água deve estar sempre disponível.
Exercícios leves (caminhadas diárias, por exemplo) são benéficos, mas sem exageros. Regularidade e consistência são essenciais para evitar hipoglicemias.
E sempre se consulte com um veterinário regularmente.
O que acontece se não tratar diabetes em cachorro?
Se não tratado, o diabetes leva rapidamente à complicações graves como:
- Cetoacidose diabética (emergência médica);
- Cegueira por catarata;
- Hipoglicemia;
- Doença hepática;
- Insuficiência renal;
- Infecções recorrentes;
- Neuropatia;
- Coma e morte.
Sem insulina, a hiperglicemia se agrava, levando o organismo ao colapso metabólico. A qualidade de vida do animal é severamente comprometida.
Por isso, o tratamento recomendado pelo veterinário deve ser seguido rigorosamente.
Prevenção e cuidados diários para melhorar a qualidade de vida
Embora não seja sempre possível prevenir, algumas medidas reduzem os riscos:
- Manter o peso ideal;
- Praticar exercícios regularmente;
- Castração precoce de fêmeas;
- Evitar uso prolongado de corticosteroides;
- Check-ups veterinários anuais (ou semestrais em cães idosos).
Para cães já diagnosticados, a rotina deve ser consistente: horários certos, alimentação adequada, monitoramento de sinais e consultas de acompanhamento.
Ter um kit de emergência (com mel ou glicose em gel) em casa também é útil para casos de hipoglicemia.
Assim, mesmo sendo difícil, com dedicação, é possível oferecer uma vida longa, ativa e feliz ao cão diabético.